11 janeiro 2011

AMIGO FIEL

Se existe uma amizade verdadeira ela está presente no amor de um cão pelo seu dono, uma amizade simples e com apenas uma cobrança que vem da parte canina, eles só querem carinho e atenção.
Não saber falar é uma coisa que não atrapalha nossos amigos, eles são entendíveis apenas com seu olhar, sua postura e latido, rosnar ou até mesmo quando estão quietos. Quem tem cachorro sabe do que estou falando, eles transmitem para nós seu estado, se estão doentes temos como saber, se alegres é fácil, pois isso é normal, nossa presença é o suficiente para alegrá-los, eles vivem para nós e não sabem disso. Os cães são adoradores apenas dêem-lhes comida e atenção que serão fieis até a morte.
Nestes dias tive uma experiência difícil com minha cadelinha Fadinha, nome dado por minha filha. Voltamos para o RJ de vez, morávamos em Natal/RN há quatro anos, ela foi com três anos de idade, fomos de carro numa viagem de sete dias com ela junto, parávamos em hotéis ou pousadas que a aceitassem no quarto conosco, ela é um poodle de cinco quilos, pequena, não foi difícil ser aceita.
Porém, a história que quero contar está na volta para o RJ, seis dias antes fui conversar com ela e disse-lhe que iríamos de avião, não pense que sou doido, como já disse quem tem um amigo canino sabe do que estou falando, minha mulher diz que ela não entende, mas para vocês verem, hoje em dia até anda falando com a Fadinha. Bom, a partir do momento que falei sobre a viagem, coincidência ou não, ela parou de comer, parecia deprimida e depois começou a vomitar e a defecar mal, mole e fedorento, imaginem nossa situação, toda mudança indo embora e o membro canino da família dando trabalho igual a um bebê. Mas não teve jeito, viemos como dava, embarcamos com todo cuidado possível, o vôo era de três horas e direto, ainda bem que o remédio que a veterinária receitou para ela descansar deu certo, enfim, chegamos ao Rio e ela continuou sem comer, fraca e fazendo as cacas do mesmo jeito e já estava no sétimo dia, por sorte a fazíamos beber muita água. Já estava mais do que na hora de levarmos ao veterinário de novo, fomos no mesmo dia que chegamos e, incrível, neste mesmo dia ela voltou a comer e a ficar forte de novo, já correndo e fazendo as gracinhas de sempre.
Foi aí que bateu aquela vontade de escrever sobre ela, pois acabara de confirmar que os cães têm uma percepção das mudanças que ocorrem na vida da família deles e cada um reage de uma maneira, por serem totalmente dependentes de nós eles podem considerar que essas alterações na rotina podem virar uma separação ou abandono, acho que é porque entendem errado o que dizemos e “interpretam?” os fatos segundo suas carências.
Gosto de cães de todas as raças e tamanhos e também acho que devemos tratá-los com todo carinho e atenção que eles merecem, só sou contra ao trato com os cães como se fosse gente, eles ocupam um lugar exclusivo em nossas vidas, jamais poderão substituir um filho ou alguma ausência afetiva, seria um fardo pesado demais para carregarem e eles merecem o melhor que pudermos dar para que possam ser apenas cães e desempenharem assim seu papel em cada lar que os acolherem.
Mesmo diante disso, ainda acredito que nossos amigos nos compreendem mais do que nós os compreendemos, eles são fieis a ponto de se arriscarem e entram em depressão até mesmo por fatos que para eles são de extrema importância e que para nós são banais. Por isso cuidemos deles com todo carinho e atenção que eles merecem, pois eles são os primeiros e às vezes os únicos a nos festejar quando estamos tristes e a alegria deles nos contagia e nos animam para um novo dia e uma nova caminhada.
Forte abraço do amigo, Carlos Guimarães.

Um comentário:

  1. Um relato comovente...
    Tem até uma piadinha que fala mais ou menos assim - quer saber quem te ama de verdade? coloque seu cão e sua esposa no porta-malas do seu carro e retire-os 1 hora depois e veja quem ficará feliz ao te ver...
    É isso, os animais são demais às vezes... não há condições por parte deles para nos transmitir um gesto de carinho.
    Abraços

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